Compilados pelo Mestre Yang Chengfu
Embora pratique há uns poucos anos e comente os tópicos abaixo, muitas décadas de treino ainda serão necessárias para eu conseguir reunir estes princípios em cada um dos movimentos das sequencias. É minha aspiração. Então, talvez meu espírito alcance o 'estável e unificado'.
1. Diferenciar o Cheio do Vazio - É a primeira coisa a aprender ao iniciar a prática. Quando o peso do corpo for deslocado para a perna direita, dizemos que está 'cheia' ou yang. A perna esquerda estará, por conseguinte, 'vazia' ou yin. Na sequencia, acontece a mutação pela alternância do peso, o que promove a circulação do chi, prevenindo doenças ou recuperando o organismo. Este princípio se relaciona com a raiz. A raiz deve estar firme e consciente em ambos os pés; isto é mais fácil de ser entendido no passo arco, mas mais difícil no passo cheio-vazio ou passo falso.
2. Cabeça Ereta - Relaxada e sem força, para que o espírito ou shen possa elevar-se, possa alcançar o alto, para estimular a fluência do sangue e da energia vital - chi. Com o espírito presente, nossa atenção ficará focada no aqui e agora. Facilita o relaxamento do pescoço, evita que a cabeça se mova de forma errada e que o eixo seja comprometido.
3. Afundar o Tórax e estender as Costas - Significa relaxar o tórax induzindo o chi a submergir em direção ao tan tien (abaixo do umbigo). Desta forma, a parte superior fica leve e flexível como hastes de bambu e a parte inferior, pesada e forte como as raízes de um carvalho. A base é sólida e a coluna vertebral fica relaxada, permitindo o melhor fluxo da energia vital. Se o tórax ficar projetado, a parte superior ficará pesada e a base ficará frágil. Tudo fica mais simples quando pensamos em sentar numa base colocada poucos centímetros abaixo dos glúteos.
4. Relaxar a Cintura (sung) - Ela comanda o corpo, liga o alto e o baixo e direciona a energia vital - chi. Com o relaxamento, as pernas tem poder e velocidade para mudar do 'cheio' para o 'vazio' e a parte de baixo estará firme e estável - é o conhecido 'aterramento'. A consciência da execução do movimento pela cintura é o diferencial entre o praticante da arte interna tai chi chuan e um praticante de formas. Todos começam como praticantes de formas, mas poucos treinam o suficiente para chegar à arte interna.
5. Ombros e Cotovelos Baixos - Relaxados, soltos e abertos, afastados do tórax, assim como as axilas, para que o chi possa fluir da coluna vertebral e ser totalmente liberado pelos braços e mãos. A correta aplicação deste princípio é o que permite a explosão da energia - fa jing - no oponente.
6. Usar Mente (I) e não Força (Li) - Quando usamos a mente para controlar o processo de transferência de energia, desde a terra até os punhos, as estruturas orgânicas relaxam, o chi e o sangue seguem a intenção ('i') e fluem ordenadamente. Se usamos força física, imediatamente nos tornamos rígidos; os vasos sanguíneos, os ossos, tendões e músculos ficam presos e impedem a livre fluência da energia vital. Penso que a aplicação deste princípio no cotidiano, adotando posturas físicas e mentais relaxadas e alinhadas, previne o desgaste excessivo desta energia vital, influenciando diretamente na longevidade com qualidade. A nossa cultura ocidental confunde força com rigidez e os utilizam como sinônimos. Em minha opinião, este grande equívoco é o responsável pelo estado de stress geral a que eu nomearia 'insanidade coletiva'. O Tai Chi Chuan clássico diz: 'Quando você está extremamente suave, então você se torna extremamente duro e forte'. Alguns textos falam em 'braços de ferro revestidos por algodão'.
7. Alto e Baixo seguem Mutuamente - O conjunto se move e a respiração acompanha. Desde os pés até as mãos, passando pelas pernas, cintura, tórax e braços, o todo se move em harmonioso espiralado, acompanhando a transmissão da energia vital, desde a terra até o céu. Se qualquer das partes não seguir, o corpo está desordenado e o chi se dispersa.
8. Dentro e Fora Coordenados - O espírito comanda, o corpo segue. Elevando o espírito, aquietando a mente, os movimentos se tornam naturalmente leves e ágeis. Quando a mente está aberta, pés e mãos estão abertos, avançando; ao fechar ou recuar, a mente também está fechada. Quando a mente aquieta, nasce a clareza e se passa a perceber o interno e o externo, o espírito e o corpo trabalhando juntos.
9. Movimentos Contínuos - Desde o início até o final da sequencia, os movimentos devem estar ligados e ser executados sem interrupção e de forma circular, preservando o centro (eixo). Cada movimento deve expressar do nascimento até o máximo da expressão da energia, para logo ligar no próximo movimento e reiniciar o ciclo, como um rio que corre sem limites. Quando acontecem quebras e a energia se exaure, fica fácil atingir o oponente.
10. Procurar Quietude no Movimento -A forma é executada lentamente, a respiração é profunda, suave e contínua, a mente está quieta. Os movimentos devem acontecer como se estivéssemos parados e relaxados, com o mínimo de 'ruído'. É o estado efetivo de meditação em movimento. Assim, quando estivermos meditando em postura estática, poderemos facilmente perceber a movimentação interna do organismo.
Malu Darcie
Cref 9259 G/RS
:)
Embora pratique há uns poucos anos e comente os tópicos abaixo, muitas décadas de treino ainda serão necessárias para eu conseguir reunir estes princípios em cada um dos movimentos das sequencias. É minha aspiração. Então, talvez meu espírito alcance o 'estável e unificado'.
1. Diferenciar o Cheio do Vazio - É a primeira coisa a aprender ao iniciar a prática. Quando o peso do corpo for deslocado para a perna direita, dizemos que está 'cheia' ou yang. A perna esquerda estará, por conseguinte, 'vazia' ou yin. Na sequencia, acontece a mutação pela alternância do peso, o que promove a circulação do chi, prevenindo doenças ou recuperando o organismo. Este princípio se relaciona com a raiz. A raiz deve estar firme e consciente em ambos os pés; isto é mais fácil de ser entendido no passo arco, mas mais difícil no passo cheio-vazio ou passo falso.
2. Cabeça Ereta - Relaxada e sem força, para que o espírito ou shen possa elevar-se, possa alcançar o alto, para estimular a fluência do sangue e da energia vital - chi. Com o espírito presente, nossa atenção ficará focada no aqui e agora. Facilita o relaxamento do pescoço, evita que a cabeça se mova de forma errada e que o eixo seja comprometido.
3. Afundar o Tórax e estender as Costas - Significa relaxar o tórax induzindo o chi a submergir em direção ao tan tien (abaixo do umbigo). Desta forma, a parte superior fica leve e flexível como hastes de bambu e a parte inferior, pesada e forte como as raízes de um carvalho. A base é sólida e a coluna vertebral fica relaxada, permitindo o melhor fluxo da energia vital. Se o tórax ficar projetado, a parte superior ficará pesada e a base ficará frágil. Tudo fica mais simples quando pensamos em sentar numa base colocada poucos centímetros abaixo dos glúteos.
4. Relaxar a Cintura (sung) - Ela comanda o corpo, liga o alto e o baixo e direciona a energia vital - chi. Com o relaxamento, as pernas tem poder e velocidade para mudar do 'cheio' para o 'vazio' e a parte de baixo estará firme e estável - é o conhecido 'aterramento'. A consciência da execução do movimento pela cintura é o diferencial entre o praticante da arte interna tai chi chuan e um praticante de formas. Todos começam como praticantes de formas, mas poucos treinam o suficiente para chegar à arte interna.
5. Ombros e Cotovelos Baixos - Relaxados, soltos e abertos, afastados do tórax, assim como as axilas, para que o chi possa fluir da coluna vertebral e ser totalmente liberado pelos braços e mãos. A correta aplicação deste princípio é o que permite a explosão da energia - fa jing - no oponente.
6. Usar Mente (I) e não Força (Li) - Quando usamos a mente para controlar o processo de transferência de energia, desde a terra até os punhos, as estruturas orgânicas relaxam, o chi e o sangue seguem a intenção ('i') e fluem ordenadamente. Se usamos força física, imediatamente nos tornamos rígidos; os vasos sanguíneos, os ossos, tendões e músculos ficam presos e impedem a livre fluência da energia vital. Penso que a aplicação deste princípio no cotidiano, adotando posturas físicas e mentais relaxadas e alinhadas, previne o desgaste excessivo desta energia vital, influenciando diretamente na longevidade com qualidade. A nossa cultura ocidental confunde força com rigidez e os utilizam como sinônimos. Em minha opinião, este grande equívoco é o responsável pelo estado de stress geral a que eu nomearia 'insanidade coletiva'. O Tai Chi Chuan clássico diz: 'Quando você está extremamente suave, então você se torna extremamente duro e forte'. Alguns textos falam em 'braços de ferro revestidos por algodão'.
7. Alto e Baixo seguem Mutuamente - O conjunto se move e a respiração acompanha. Desde os pés até as mãos, passando pelas pernas, cintura, tórax e braços, o todo se move em harmonioso espiralado, acompanhando a transmissão da energia vital, desde a terra até o céu. Se qualquer das partes não seguir, o corpo está desordenado e o chi se dispersa.
8. Dentro e Fora Coordenados - O espírito comanda, o corpo segue. Elevando o espírito, aquietando a mente, os movimentos se tornam naturalmente leves e ágeis. Quando a mente está aberta, pés e mãos estão abertos, avançando; ao fechar ou recuar, a mente também está fechada. Quando a mente aquieta, nasce a clareza e se passa a perceber o interno e o externo, o espírito e o corpo trabalhando juntos.
9. Movimentos Contínuos - Desde o início até o final da sequencia, os movimentos devem estar ligados e ser executados sem interrupção e de forma circular, preservando o centro (eixo). Cada movimento deve expressar do nascimento até o máximo da expressão da energia, para logo ligar no próximo movimento e reiniciar o ciclo, como um rio que corre sem limites. Quando acontecem quebras e a energia se exaure, fica fácil atingir o oponente.
10. Procurar Quietude no Movimento -A forma é executada lentamente, a respiração é profunda, suave e contínua, a mente está quieta. Os movimentos devem acontecer como se estivéssemos parados e relaxados, com o mínimo de 'ruído'. É o estado efetivo de meditação em movimento. Assim, quando estivermos meditando em postura estática, poderemos facilmente perceber a movimentação interna do organismo.
Malu Darcie
Cref 9259 G/RS
:)
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