O obstetra Roberto Cardoso, autor de Medicina e Meditação - Um Médico Ensina a Meditar (MG Editores, 136 págs), diz que muitos profissionais de saúde ainda têm preconceitos. 'Mas isso deve mudar. A meditação começa a trilhar os passos da acupuntura, que já é um recurso reconhecido pela classe médica'. No Brasil, a instituição que mais estuda o tema é a escola médica da Unifesp, o que, segundo especialistas, ajuda a apagar a imagem religiosa e mística que normalmente se tem dos meditadores.
A meditação não precisa ser necessariamente ligada a uma crença oriental. Para que a meditação cumpra seu papel de medicina complementar e preventiva, o psicólogo José Roberto Leite, da Unifesp, explica que ela deve ser diária e constante. 'É como comer ou fazer exercícios. Não basta uma semana para que você se mantenha saudável'. Segundo especialistas, mudanças podem ser sentidas logo nas primeiras semanas. A aposentada Maria Elza Lima dos Santos, de 60 anos, descobriu a meditação no Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Ela vivia com crises de pressão alta, que passaram após quatro meses de práticas diárias. 'Antes, eu era muito nervosa. A cabeça estava sempre cheia de problemas. Aí a pressão subia. Agora fico mais relaxada, sinto uma paz de espírito', conta ela, explicando que no princípio teve dificuldades com a técnica: 'Levei um mês para aprender a me concentrar'.
Alguns de meus colegas, instrutores de Tai Chi Chuan da SBTCC (São Paulo), vem aplicando técnicas de meditação e de tai chi chuan em hospitais na capital paulista, em parceria com médicos e outros profissionais da saúde. Pesquisas realizadas estão sendo apresentadas em congressos internacionais nos EUA. Talvez um dos principais motivos de projetos como este não estarem acontecendo aqui no sul resida na postura equivocada da maioria de nossa classe médica. Quando somos arrogantes partimos da premissa de estarmos detendo todo o conhecimento. É uma atitude ilógica, pouco inteligente e altamente limitante.
Malu Darcie
Cref 9259 G/RS
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